“Pedaços no Céu” é um livro de Elsa Gonçalves que aqueceu o coração dos alunos dos 3.º e 4.º anos com imaginação, criatividade, deslumbramento e um turbilhão de emoções! Mal abriram o livro, ficaram maravilhados quando se depararam com dezenas de fotografias de nuvens. Quem melhor que as crianças para se deslumbrarem com cães feitos de algodão doce, hipopótamos e naves espaciais desenhados no céu azul?!
E se alguém questionar: mas como é que olhar para uma nuvem pode trazer emoções à flor da pele?… E se vos disser que até algumas lágrimas surgiram no canto dos olhos destes pequenos pensadores?… Leiam, então, o que cada um destes alunos disse, ao olhar para esta imagem do livro:
“Esta imagem faz-me lembrar o meu bisavô que já faleceu, porque as nuvens negras fazem-me lembrar a sua morte e a nuvem mais clara lembra-me que ele ainda está no meu coração.” (Matilde Botas)
“Estas nuvens parecem a maldade que está a tentar tapar a bondade, mas a bondade tenta atravessar a maldade, para que esta se torne boa.” (Marco)
“A nuvem faz-me imaginar um porco e faz-me lembrar o meu avô, porque ele é o único da nossa família que mata porcos e, quando ele falecer, sempre que eu olhar para um porco, vou lembrar-me dele.” (Beatriz Gaspar)
“A imagem faz-me lembrar a minha mãe, porque quando eu estou triste ela anima-me. Também me faz lembrar a vida: o negro é a guerra e as coisas más e o amarelo são as coisas boas. Significa que há sempre um lado bom, que se chama o lado positivo.” (Maria)
“A imagem é como se fosse o nosso coração. As nuvens pretas são a tristeza que tapa o coração de preto. A nuvem amarela que dá luz é a alegria no meio do coração. A imagem transmite-me esperança porque me faz lembrar que, apesar de todas as coisas más no mundo e de toda a tristeza, existe sempre uma coisa boa e alegria.” (Beatriz Matos)
“A mim parece-me as coisas más e as coisas boas que eu já fiz. Por exemplo, um dia fui às compras com a minha mãe e enchi um saco com um alimento de qualquer espécie e dei a uma associação.” (Lourenço)
“A imagem parece uma nuvem alegre com um X e as outras tristes. O X significa que é proibido a tristeza.” (Matilde Neto)
“Esta nuvem lembra-me um homem que era muito bondoso e um dia morreu. Então, o Deus das Nuvens formou uma nuvem com a cara igual à do homem, porque ele estava sempre a ajudar as pessoas e muitas vezes sacrificou-se por elas.” (Duarte)
E quando lhes foi pedido que dissessem apenas uma (ou duas) palavras para aquela imagem, eis o que surgiu: “sentimento” (Matilde Botas); “segurança” (Duarte); “ganhar coragem” (Matilde Neto); “vida” (Maria); “pensar positivamente” (Beatriz Matos); “esperança” (Lourenço); “avô” (Beatriz Gaspar) e “coragem” (Marco).
E é assim que uma professora acaba uma aula com o coração cheio! Cheio de orgulho! Pois é mais uma evidência de que a escola não ensina apenas a ler, escrever e contar… É emocionante vê-los a crescer (por fora e por “dentro”)!
E no final ainda ficou um recado para a autora do livro: “Professora, diz à Elsa Gonçalves que o livro dela foi muito comovente!”